Tudo bem?
Escrevi este texto para o contexto académico, no âmbito de uma disciplina. Hoje, considero oportuno partilhá-lo em jeito de balanço.
A vida tem destas coisas… coloca-nos constantemente perante desafios! Eu gosto muito de ser estimulada, todos os dias, a coisas diferentes, sempre na tentativa de fazer mais e melhor por mim e pelos outros!
Para além das aventuras diárias, inerentes à movimentação
numa cadeira de rodas, o maior desafio que recentemente abracei com toda a
alegria, força e empenho, foi a entrada na Universidade Lusófona do Porto, por
tudo o que essa conquista significa: uma etapa vencida, uma conquista não só
minha, mas, também, de todas as pessoas que me rodeiam, amigos, família,
professores, todas as comunidades que me acolheram, apoiaram e acarinharam
durante estes 15 anos de percurso escolar e pela vida fora. Vencemos!
Agora, um novo ciclo inicia. Tudo é novo e aliciante! Saio da
minha zona de conforto, desconstruo-me e reinvento-me, de forma a ultrapassar
os obstáculos típicos de um novo espaço físico e social. A todo o contexto,
comum a qualquer jovem, da entrada numa Instituição de Ensino Superior,
acrescenta-se, no meu caso, as especificidades de uma paralisia cerebral – é
necessária uma redobrada capacidade de adaptação da minha parte, porque outro
dos desafios é, sem dúvida, transmitir cabalmente aos outros quais as
particularidades da minha patologia, qual a melhor forma de me ajudar. Sim, eu
preciso de ajuda permanente a vários níveis. Evidentemente, quando a
disponibilidade, a compreensão e o acolhimento são grandes, tudo é mais leve e
a maior das barreiras está vencida!
Optei pelo curso de Ciências da Comunicação porque sou
apaixonada pelo Ser Humano; fascina-me o contacto direto, se possível,
presencial, com as pessoas; gosto de sentir o pulsar das realidades, da ideia
de ser agente de mudança, mensageiro; cativa-me a possibilidade de proporcionar
momentos novos e aprazíveis aos outros!...
Sinto-me feliz e realizada, estou a concretizar um sonho, que
se constitui no meu imaginário desde que me detive seriamente a pensar nas
célebres questões: “o que é que queres fazer quando fores grande?”; “o queres
fazer no futuro?”. A Universidade Lusófona do Porto acolhe-me e possibilita-me a
realização deste sonho, obrigada!
Hoje, afirmo convictamente: “O meu lugar é na Lusófona do
Porto!”